O combustível do posto vale mais que as vidas espremidas nas casinhas da estrada e como tem pelo Brasil afora!Aqui merece ser contado. Tava eu fotografando as diferenças entre o posto e o acampamento Quando de repente escuto uma voz firme, vinda do outro lado da rua. - moço, não pode fotografar! Fiquei assustado com tanta autoridade. Ele apareceu, atravessou a rua e veio em minha direção. Perguntei porque não podia e ele responde de pronto. - Porque homens ruins fotografam, colocam no jornal e fala mal da gente. Conversei serio com ele. Expliquei quem somos, o que fazemos com o que temos compromisso. Depois chamei ele pra ir até a Kombi e ele com uma coragem incomun foi comigo. Apresentei a todos e ele disse:
Perguntei por sua mãe, seu pai, ele falou - Estão atrás de comida no centro da cidade. - A cidade é Messias, em Alagoas, limite com Pernambuco
A prosa tava legal, mas ele sempre sério. O chamei pra lanchar e ele não aceitou. Apenas disse: Se quizer comprar um saquinho de farofa pra levar pra comer com meus irmão, aceito.-
Já com os olhos cheios de lágrimas e num controle fora do comum, comprei a farofa.
Já com os olhos cheios de lágrimas e num controle fora do comum, comprei a farofa.
O Ray Lima não contou conversa. Tirou um livro de sua mala, autografou, dedicou e deu pra Mikel (nem ele sabe como escreve, nem eu tb) ele pegou no livro assustado nem percebeu que tava de cabeça pra baixo.O garçon entrou na conversa e perguntou: Quando custa um livro desse? O Ray nem respondeu. Eu falei... uns trinta reais. Ele com toda falta de respeito foi dizendo. -Vai jogar dinheiro fora, nem ler ele sabe, vai jogar o livro no lixo. Ele olhou pra o homenzinho seriamente, fixando o olhar sem nada dizer. Eu compreendi tudo. Ele nunca iria jogar o livro no lixo, mas com o seu olhar ele jogou a ignorança daquele homem pra fora de orbita! Foi um fos momentos mais marcantes da Travessia do Escambo e logo no começo, no inicio. Ou energia da porra!!!